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HIV na maternidade

Estudo revela o perfil de gestantes soropositivas para o HIV em Belém

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Por Edmê Gomes Foto pexels-tanaya-sadhukhan

  • Publicado: Quinta, 19 de Janeiro de 2023, 09h28

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS no Brasil (UNAIDS/Brasil), estima-se que 37,7 milhões de pessoas no mundo inteiro estavam vivendo com HIV em 2020, a maioria delas mulheres, 53% dos infectados. Os dados apontam que, toda semana, cerca de 5.000 mulheres, entre 15 e 24 anos, sejam infectadas pelo vírus HIV. De acordo com o boletim epidemiológico de HIV/AIDS 2020, o Brasil registrou 134.328 gestantes vivendo com o vírus.

“Há um aumento crescente de mulheres infectadas pelo HIV, sendo a maioria infectada em faixa etária reprodutiva. Concomitantemente, muitas dessas mulheres têm seu diagnóstico durante o período gestacional e, caso não tenham um acompanhamento de qualidade, podem aumentar as chances de ocorrer a transmissão vertical”, alerta a enfermeira Amanda Cantanhede, autora da dissertação Perfil epidemiológico de gestantes soropositivas ao HIV e seus recém-nascidos, defendida pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF/ICS), sob orientação da professora Eliete da Cunha Araújo.

Analisando a maternidade no contexto da epidemia da infecção pelo vírus do HIV, que é marcada pelos desafios do enfrentamento de uma doença crônica e estigmatizante e pelo temor da chamada transmissão vertical, quando a criança é infectada durante a gestação, o parto e, em alguns casos, durante a amamentação, Amanda buscou caracterizar o perfil epidemiológico e sociodemográfico de gestantes soropositivas para o HIV e seus recém-nascidos em Belém do Pará, no período de 2007 a 2016.

A pesquisa teve natureza quantitativa e incluiu uma amostra composta por 802 gestantes soropositivas para o HIV e 210 recém-nascidos. Como fonte de dados, a pesquisadora utilizou o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) disponibilizado pela Secretaria do Estado de Saúde do Pará (SESPA), realizando sua análise por meio de estatística descritiva e analítica.

Transmissão vertical desafia profissionais da saúde

Amanda identificou, no período pesquisado, um aumento de 52,2% no número de casos de gestantes soropositivas para o HIV. A maioria das gestantes estudadas (73%) estava na faixa de 20 a 34 anos e 21% delas eram adolescentes. O pré-natal foi realizado por 83% das pacientes e o diagnóstico de soropositividade para HIV era conhecido em 79% das ocorrências.

“O desafio da prevenção da transmissão vertical ainda persiste, apesar das várias medidas implantadas pelo Ministério da Saúde. A baixa escolaridade, a baixa qualidade do pré-natal e a ausência de terapia antirretroviral durante a gestação, no momento do parto e após o parto, no recém-nascido exposto, são fatores que aumentam as chances de transmissão vertical”, avalia a pesquisadora, para quem é importante que haja um esforço coletivo entre profissionais de saúde, gestores e governantes. “Falhas no acompanhamento da gestação ao pós-parto apontam para a necessidade de melhorias na assistência. Portanto maiores esforços e investimentos se fazem necessários para garantir o nascimento de bebês saudáveis de mães soropositivas para o HIV”, finaliza Amanda Cantanhede.

Saiba como prevenir

Pré-natal: Durante a gestação, o parto e a amamentação, pode ocorrer a transmissão do HIV. Por isso gestantes e suas parcerias sexuais devem realizar os testes para HIV no decorrer do pré-natal. O diagnóstico e o tratamento precoce podem garantir o nascimento saudável do bebê.

Maternidade positiva: As gestantes que forem diagnosticadas com HIV ao longo do pré-natal devem realizar o tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda a gestação, inclusive no decorrer e depois do parto. O objetivo é alcançar a supressão viral o mais rapidamente possível. Esquemas antirretrovirais potentes diminuem a transmissão vertical e reduzem a carga viral materna.

Nascimento: O parto cesariano eletivo colabora para a redução da transmissão perinatal do HIV. Além disso, o recém-nascido deve receber diversos cuidados imediatamente após o parto, entre eles, o uso da medicação antirretroviral. Deve-se assegurar o acompanhamento da criança por pediatra capacitado para esse tipo de atendimento. Recomenda-se também alimentar o neonato com fórmula infantil ou leite pasteurizado de banco de leite, em caso de prematuro ou baixo peso. É contraindicado o aleitamento cruzado, ou seja, amamentação realizada por outra mulher.

Atenção: Durante o pré-natal ou parto, mulheres com diagnóstico negativo para HIV devem utilizar camisinha (masculina ou feminina) nas relações sexuais, prevenindo a infecção e possibilitando o crescimento saudável do bebê. Mulheres HIV positivas também devem usar preservativo, mesmo com o uso de antirretrovirais, em virtude do risco de reinfecção.

Fonte: Ministério da Saúde

Publicado em Beira do Rio edição 165 em 05/01/2023.

 

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